Ficar em pé por longos períodos é prejudicial à saúde do trabalhador
Rio de Janeiro/RJ - A postura inadequada no trabalho e a falta de assento para descansar no posto de combustíveis são duas combinações que ameaçam a saúde do frentista e podem levar à morte. Ficar em pé por muito tempo traz como resultado as varizes. Assim como a intoxicação pelo benzeno, o entupimento das veias é lento e silencioso. A obstrução das veias dificultam a circulação do sangue, o transporte do oxigênio, e pode causar a embolia pulmonar. Infelizmente ainda não há na nomenclatura científica, um estudo específico voltado para os trabalhadores de postos de combustíveis. A afirmação é do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Claude Chambriard.
Durante participação no I Seminário de Segurança e Saúde do Sul do Estado, realizado em Barra Mansa, no início do mês, Claude Chambriard, disse que apesar de o corpo se adaptar a todas as formas de trabalho é preciso tomar cuidado para que a má postura não prejudique a saúde. Segundo ele, o frentista fica muito tempo em pé e não tem hora para sentar, isso influência a diminuição do retorno do sangue venoso, que provoca a formação de varizes. Esta obstrução dificulta a circulação do sangue, principalmente nos membros inferiores. O problema pode evoluir para uma embolia pulmonar, quando este coágulo não dissolve, passa a circular pelo corpo e chega ao pulmão. Dessa forma pode ocorrer uma obstrução em uma artéria pulmonar e um quadro grave de risco à saúde.
O professor lembra que a obesidade é um grande fator de risco, já que o sobrepeso dificulta o bombeamento do sangue para o corpo inteiro. Ele orienta que as pessoas que trabalham em pé por muito tempo devem tomar cuidado com a alimentação e praticar atividades físicas diariamente, para reduzir o risco de aparecimento de varizes. Segundo Claude Chambriard, muitas vezes o problema da má circulação do sangue só aparece quando o trabalhador já está aposentado, por isso é importante discutir o assunto e esclarecera categoria sobre os riscos.
MULHERES
O professor destaca que a mulher sofre mais a consequência de trabalhar em pé, já que durante o ciclo menstrual retém liquido e tem mais dificuldade para transportar o sangue venoso até o coração, criando assim os edemas, que são as varizes. A gravidez acentua ainda mais o problema. Claude diz que é preciso criar mecanismos no ambiente de trabalho para que a gestante posa ter um tempo para descansar.
NR 17
Apesar do item 17.3.5 da NR 17 exigir a instalação de assentos em número suficiente na pista de abastecimento e em outros locais onde as atividades dos trabalhadores são realizadas em pé, muitos postos de combustíveis não cumprem a determinação. O SINPOSPETRO-RJ tem dialogado com as empresas para cobrar o cumprimento da norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Fonte: Revista Proteção